Quem tem medo da Literatura Brasileira? - I As origens
E quem não gosta de um incentivo para ler, ainda mais quando o ano está para começar, e se está à procura de boas dicas de livros e de autores? Muitos têm gastado seu tempo livre com redes sociais, o que consome grande parte das nossas energias mentais diárias. A mente trabalha sem cessar, e não é bom fazê-la trabalhar elaborando e desenvolvendo coisas sem importância.
A pergunta é, então, por onde começar o ano que se inicia?
Vai aqui uma sugestão, aquela que seguirei como incentivo na busca por ampliar meu repertório de enredos e personagens. É minha preocupação atual o verdadeiro descaso que temos, nós brasileiros, com a nossa literatura. Não digo com os autores mais badalados, como Drummond, Lispector ou Veríssimo. Não falo dos livros mais conhecidos, como Dom Casmurro, A hora da estrela, ou Vidas Secas. Falo de grande parte da nossa literatura, perdida entre novidades estrangeiras e escolhas mercadológicas de editoras e livrarias. Falo de autores e livros praticamente desconhecidos hoje em dia do público mais amplo, quiçá dos mais estudados e cultos oriundos de outras áreas que não a das Letras.
É preciso, pois, divulgar. Desencavar do esquecimento as nossas preciosidades. Encorajar o reencontro de nossa expressão possível, em cada época, com o público leitor de hoje. É preciso paciência, esforço e dedicação para, com o tempo, alcançar o espaço esperado de uma reatualização de nossa história.
Por isso, pretendo indicar a leitura de 12 livros e autores para o ano de 2019. Doze obras que formaram nosso imaginário desde os séculos iniciais da colonização e descolonização dessas terras de Santa Cruz. O número de 12 vai por conta dos meses, perfazendo, naturalmente, um livro por mês. É uma maneira modesta e progressiva de se reencontrar com nossos tesouros.
Pretendo, na medida do possível, situar a cada mês cada uma das obras, publicando sobre o autor e o livro resenhas analíticas e sintéticas acerca do ganho cultural dessas oportunas preciosidades.
A lista que sugiro é a que segue.
- Janeiro: Bento Teixeira, Prosopopeia (1601) [Ver Resenha]
- Fevereiro: Botelho de Oliveira, Música do Parnaso (1705) [Ver Resenha]
- Março: Marques Pereira, Compêndio narrativo do Peregrino da América (1728) [Ver Resenha]
- Abril: Cláudio Manoel da Costa, Obras Poéticas (1729-1789) [Sonetos]
- Maio: Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu (1792) [Ver Resenha]
- Junho: Basílio da Gama, O Uraguai (1769) [Ver Resenha]
- Julho: Santa Rita Durão, Caramuru (1781) [Ver Resenha]
- Agosto: Tomás Antônio Gonzaga, Cartas Chilenas (1845) [Ver Resenha]
- Setembro: José Bonifácio, Poesias avulsas (1825) [Ver Resenha]
- Outubro: Cunha Barbosa, Parnaso Brasileiro (1829-30) [Ver Resenha]
- Novembro: Jornal de Timon (1852-54) [Ver Resenha]
- Dezembro: Gregório de Matos, Poesia (1856) [Ver Resenha]
Que tenhamos um ano frutífero e um reencontro proveitoso com nossa imagem e nossa história.
Boas festas e um excelente 2019 a todos e todas.
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