O exemplo de Alexandre

Felipe da Macedônia, dos mais valorosos líderes de que já tivemos notícias, preocupou-se não apenas com toda a forma de educar seus súditos, mas sobretudo seu filho Alexandre, destinado a ser grande. E sua grandeza viera, por um lado, das maravilhosas narrativas que a poesia lhe oferecia, sobre um tempo de glória e de homens e atos grandiosos; por outro lado, da educação obtida com ninguém menos que Aristóteles. A força e o valor de Alexandre decorrem da sabedoria de seu pai, em educá-lo na poesia e na filosofia.

E nós, que valor damos a essas duas soberanas atividades humanas? Que espécie de lugar se reserva para a grandeza da literatura e da filosofia enquanto formas excelentes de educação? Não se dá valor algum, afinal fomos enganados desde o hino da pátria amada que somos "gigantes pela própria natureza". Esqueceram de avisar que uma grandeza geográfica não é algo de que o homem se possa orgulhar em ter criado, por definição.

"Aquele que havia conquistado o mundo com o pensamento educou aquele que devia conquistá-lo com a espada. A Aristóteles cabe a glória de ter iniciado Alexandre na grandeza das ideias e na ideia de grandeza. Ele o ensinou a desprezar e a fugir dos prazeres dos sentidos, enobreceu suas paixões e deu à sua força medida e profundidade. Alexandre conservou, por toda a vida, um afetuoso respeito pelo mestre: ao pai, dizia ele, devia a vida; ao mestre, devia uma vida digna."

Trecho do livro Alexandre, o grande, de J. G. Droysen

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